terça-feira, 14 de agosto de 2012

MARIA AMÁLIA, MEU MILAGRE!


Não estava nos meus planos ser mãe, pelo menos não agora. Aliás, eu já tinha até desistido desse sonho diante das circunstâncias da minha vida nos últimos anos. Desde novinha eu tinha minha vida planejada e esquematizada, tudo como manda o figurino: formatura, emprego bom, casamento, filhos. Mas nossos planos nem sempre são os planos de Deus. Fiz vestibular, passei, comecei a faculdade. Até aí, tudo dentro dos conformes. Mas comecei a me perder de mim mesma com as minhas dúvidas e incertezas.
Abandonei meus cursos, abandonei meus amigos, abandonei a mim mesma. Comecei a engordar, a autoestima caiu e minha vida ficou completamente sem sentido. Comecei a sair todos os dias, beber e comer demais. Era a forma que eu encontrava de fugir dos meus pensamentos, das minhas aflições, das minhas dúvidas. Mas não me arrependo. Nessas saídas me diverti, conheci pessoas maravilhosas e fiz amizades que vou levar para o resto da minha vida.
Aliás, vivi muito bem todas as fases da minha vida. Minha infância foi maravilhosa. Brinquei, corri, andei descalça, convivi com meus avós, tios primos, tomei banho de riacho, comi manga, ciriguela, laranja, tangerina e muitas frutas tiradas direto do pé, apanhei, chorei, sorri. Adolescência sem rebeldia, sem revolta, mesmo com alguns motivos para isso. Na juventude foi quando saí, dancei, bebi, namorei, trabalhei. E então chegou a hora de alçar voos mais altos. Sair do ninho e aprender a andar com as próprias pernas.
Saí de casa para outro estado em busca da realização dos meus sonhos. Um lugar estranho, sem perspectivas, com a cara e a coragem. Fiz coisas que nunca imaginei fazer: limpei chão, fui balconista, aguentei abuso e hoje sou operadora de telemarketing, tudo com muito orgulho. Quero mais, preciso de mais, mas se fosse preciso fazer tudo novamente eu faria. De cada situação tirei uma lição, um aprendizado.
Descobri-me administradora e estou amando meu curso. Mas devo muita coisa à psicologia e aos meus amigos psicrazys. As coisas, enfim, estavam se ajeitando. E eis que surge você. Você que é a realização do sonho que eu já tinha desistido e engavetado. Veio totalmente fora do script que eu tinha escrito, mas veio na hora que Deus achou que deveria vir; na hora que ele achou que eu estava preparada.
Desde que senti os seus primeiros movimentos dentro de mim, mesmo sem ter certeza se era você mesmo, minha vida mudou. Quando ouvi pela primeira vez o seu coraçãozinho e ouvi o médico dizer que você estava com 25 semanas, 35 cm, 820 g e que era uma mocinha, um sentimento indescritível e incomensurável inundou minha alma: O AMOR MATERNAL. A partir daquele momento eu deixei de existir e você passou a ser a razão do meu viver, o sentido que eu tanto buscava pra minha vida.
A preocupação de ter algum problema pelo tempo sem acompanhamento me consumia. Cada consulta com o obstetra era um desafio e uma vitória. Um desafio pra saber se estava tudo bem e uma vitória quando dava tudo certo. Quando, já no final da gravidez, ele disse que apesar de tudo, a gravidez estava evoluindo bem, respirei aliviada.
Mas não fiquei de todo sossegada, ainda tinha o parto. Nessa terra estranha, sem cobertura do plano de saúde. Medo de chegar no hospital público e não ter vaga; ou não poder ter parto normal e, mesmo assim, eles me deixarem sofrendo e isso acarretar algum problema pra você; medo de te tirarem de mim. Enfim, receios de quem acompanha o noticiário e vê as atrocidades que acontecem por aí.
Todavia, até nisso fui abençoada. E minha visão da saúde pública mudou um pouco, só um pouco. O obstetra me orientou direitinho quando procurar o hospital. Acho que sou a única mãe no mundo que queria sentir as dores do parto, de tanta ansiedade que eu estava. E, enfim, a hora chegou. Você começou a dar os primeiros sinais da sua chegada no dia 28 de maio. Mas só no dia 30 eu iria para o hospital. Esperei das 13:30h às 22h para poder ver o seu rostinho. E eis que você faz sua estreia nesse mundo. Tão pequena, tão indefesa, tão perfeitinha, tão linda. 3,220 kg e 50,5 cm de pura gostosura. E agora estou colhendo os louros dessa função maravilhosa que é ser mãe.
Todas as dores e preocupações que eu passei se dissiparam quando te recebi nos meus braços. Cada dia uma nova descoberta. Esqueço todo sono, cansaço e problemas quando você abre esse sorrisão lindo, mesmo que seja as 2:30h da madrugada. Agradeço a Deus todos os dias pelo meu milagre que se chama Maria Amália que veio para ser luz na minha vida. A benção e a graça que Deus me deu e que vai trazer mais bênçãos e alegrias pra mim.
TE AMO FILHA!

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